ZACHAROU Zacarias, Arquimandrita
tradução de monja Rebeca (Pereira)
Certamente, o Evangelho de Cristo não foi recebido pelo homem e não é segundo o homem.[1] Ele mesmo nos assegura que “sem Ele”[2] nenhuma boa obra pode ser realizada. É por isso que Ele diz imperativamente a Nicodemos que se faz necesário “nascer de novo” do alto,[3] para compreender Seus mistérios, cumprir Seus mandamentos e, assim, tornar-se “apto para o Reino de Deus”.[4]
Em nossa situação atual, sabemos que nada é capaz de nos ajudar a cumprir nosso grande propósito – nos tornarmos filhos do paraíso -, nem a vaidade do mundo que nos cerca, nem as realizações corruptíveis de sua inteligência criada. Tampouco temos luz suficiente em nossa mente e força em nosso coração para superar toda a “imundície e superfluidade da maldade”[5] que carregamos dentro de nós, para que possamos ser elevados por cima do muro que nos cerca. Somos demasiado fracos para estarmos na presença de Deus e, assim, receber d’Ele o dom do Espírito e tornarmo-nos uma «nova criação»,[6] capaz de toda a boa obra que agrade a Deus e de relações verdadeiras com os nossos semelhantes.
Contudo, seremos abençoados se, conscientes de nossa pobreza e de nossa nulidade, nos refugiarmos em Deus, confiando na honra que Ele nos concedeu por meio de Seus mandamentos e promessas. Como afirma o eterno Evangelho de Cristo, “a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, aos que crêem em Seu Nome”.[7] O renascimento do homem ocorre por meio da aceitação da palavra de Cristo. Esta palavra, como “semente”[8] de Deus, permanece nele como a lei da vida e não lhe permite pecar, “porque ele nasceu de Deus”.[9]
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[1] Cf. Gal. 1:11-12.
[2] Cf. Jo. 15:5.
[3] Cf. Jo. 3:3.
[4] Lc. 9:62.
[5] Jas. 1:21.
[6] 2 Cor. 5:17.
[7] Jo. 1:12.
[8] Lc. 8:11.
[9] 1 Jo. 3:9.
